domingo, 12 de setembro de 2021

Nossos Inimigos (Canto Geral)

Por  estes  mortos,  nossos  mortos, peço  castigo. 

Para  os  que  salpicaram  a  pátria  de  sangue, peço  castigo. 

Para  o  verdugo  que  ordenou  esta  morte, peço  castigo. 

Para  o  traidor  que  ascendeu  sobre  o  crime, peço  castigo. 

Para  o  que  deu  a  ordem  de  agonia, peço  castigo. 

Para  os  que  defenderam  este  crime, peço  castigo. 

Não  quero  que  me  deem  a  mão empapada  de  nosso  sangue. Peço  castigo. 

Não  vos  quero  como  embaixadores, tampouco  em  casa  tranquilos, quero  ver-vos  aqui  julgados, nesta  praça,  neste  lugar. 

Quero  castigo. 

Pablo  Neruda.


terça-feira, 7 de setembro de 2021

ME FALTA, QUE NÃO ME FALTE.

 Me falta a crença de um amigo que não questione as minhas virtudes.

Me falta olhar de um amigo não julgue os meus defeitos, por verdades que acabou de ouvir.
Me falta a vida que valia a pena depositar uma ideia para alguém que não acredita nela, mas que confia em mim.
Me falta o tempo em que depositava meu tempo a explicar meus ideais, não porque eram bons, mas só porque eram meus.
Me falta o tempo em que vivi pelos amigos, apenas pela amizade e não pelos que me roubavam os amigos.
Me falta o tempo em que podia abrir mão das minhas verdades, porque valia a pena confiar no amigo.
Me falta tempo, quiçá não me falte amigos.